O Mecanismo do Vício
É surpreendente ouvir de um médico que alguém que já tenha tido problema com álcool possa tomar um drink de vez em quando sem o risco de uma recaída.
Para os alcoólatras recuperados o primeiro gole é terminantemente proibido.
Isso não vale, porém, para os bebedores de risco porque eles ainda não caíram nas engrenagens cerebrais inescapáveis que produzem o vício.
A principal ação do álcool no cérebro concentra-se em dois neurotransmissores: a dopamina e o gaba.
Responsável pela sensação de prazer, a dopamina vai às alturas na presença do álcool.
E o gaba, por sua vez, um tranquilizante produzido no cérebro tem seus níveis reduzidos com a bebida. Mas com a dopamina no alto e o gaba embaixo o registro na memória da satisfação proporcionada pelo álcool é muito intenso.
O que faz com que o cérebro queira repeti-la várias vezes.
Está aberto o alçapão do vício.
É na borda dele que se equilibram os bebedores de risco.
Eles não estão condenados a cair no abismo.
Há passos vitais para os bebedores de risco possam controlar a bebida e não permitir que ela o controle como por exemplo:
• estipular um máximo de doses por dia; o ideal é que ele não extrapole uma dose para a mulheres e duas para os homens.
• Evitar beber em casa ou sozinho.
• Dar uma hora de intervalo entre uma dose e outra de bebida alcoólica e enquanto isso tomar refrigerante, água ou suco.
Essas mudanças de hábito ajudam o paciente a beber quantidades menores de álcool e a incorrer menos frequentemente em comportamentos prejudiciais a vida dele.
O estímulo de prazer provocado pela bebida vai direto para o sistema de recompensa sem passar pelo processo de codificação.
Frisamos novamente: com a presença do álcool o cérebro aumenta a produção de dopamina e diminui a liberação do gaba. Com isso o estímulo da memória do prazer é mais intenso o que faz com que o cérebro queira repetir e está aberta a porta para o vício e pessoas com pré-disposição genética correm mais risco de desenvolvê-la.
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